quinta-feira, 29 de julho de 2010

2010: renascimento - parte um

É, segundo ano do ensino médio chegou. Perdia o fôlego só de pensar em me matar de estudar - mas com a promessa otimista de que iria estudar todos os dias. Oh, que ilusão!
O ano começou tranquilo, alegre, mas um pouco parado. Todos pensando em como 2009 havia sido muito bom e temiam que em 2010 algumas amizades se perdessem ou então as coisas fossem diferentes e mais cansativas. De certo modo, eles (eles quem?) estavam certos.
Comecei o ano feliz, porém decepcionada com mudança de sala, mistura de pessoas de outras turmas formando a minha turma, Lola em outra sala.
Superamos essa última, que bom, então permanecemos na mesma sala: Alana, Ana Beatriz, Dafne, Diana, Lívia e Maria Beatriz. Éramos O grupo, apesar de algumas pessoas estarem mais próximas... Bem, contarei brevemente como foi isso. Lívia e Alana sempre foram as mais chegadas, porém amigas de todas nós do mesmo jeito. Ana começou a se identificar com elas e simultaneamente ocorreram algumas decepções com Beatriz. Beatriz e eu ficamos mais juntas porque Lola, que ela é mais chegada, passou a ficar em outra turma, e eu também era mais chegada à Lola, isso resultou em eu e ela nos unirmos mais.
Aconteceram algumas coisas, algumas tristezas, alguns problemas, algumas desavenças com a Bia e o grupo e eu ali, sempre tentando ajudá-la e as outras meninas também, só que cada um do seu jeito. Eu sabia que ela era muito carente, por isso eu disponibilizava a maior parte do meu tempo na escola pra ela e isso fazia a gente se afastar da outra parte do grupo. Fui considerada melhor amiga, portanto senti mais responsabilidade em ficar cada vez mais cuidando dela.
Com isso, eu, Bia e Loiane passamos a ser um trio. Ana, Lívia e Alana outro e a Dafne ficava no meio, sendo amiga de todas nós, tentando nos ajudar. Isso tudo gerou confusão por pensamentos do meu trio em relação ao outro trio. Tudo isso devido a forma de vida que a Bia escolheu pra ela.
Muitas diferenças, mas eu estava tentando ser cabeça aberta, só que ao mesmo tempo estava perdida por não ter um parâmetro certo, alguma coisa correta pra poder comparar e assim saber como ajudar da melhor forma.
Todas estávamos cientes do silêncio que havia entre nós, Dafne foi a intemediária entre um trio e outro pra poder nos ajudar, simplificar, esclarecer. Resultado: abri o jogo para o outro trio, esclareci, mas antes falei com a Lola e com a Bia sobre isso. Lola concordou comigo, Bia não. Mas eu não deixei de ser amiga das garotas, voltei, pedi desculpas, e decidi que não dedicaria tanto tempo a alguém carente, porque isso poderia piorar tudo. Estava deixando de ser alegre todos os dias, porque consumia a tristeza da minha amiga, que a cada dia vinha mais triste.
Com alguns pensamentos já formados e não esclarecidos na cabeça (dura) de Beatriz, comigo querendo ficar cada vez mais próximo ao outro trio para sorrir, me redimir, e etc, ela acabou ficando destacada, longe de nós, sem falar uma palavra quase. As meninas não tentaram falar nada com medo da reação de Beatriz, pois é, essa nossa amiga é muito explosiva e não mede palavras e nem expressões quando está com raiva. Elas sabiam disso e por isso não quiseram arriscar e isso foi mal interpretado por Beatriz, alegando que "amiga que é amiga não tem medo de falar, tem que falar". O problema é que ela sabia dessa posição das garotas, todas sabíamos e nada era feito, não adiantava de nada. O que faltou aí foi respeito e paciência.

Enfim, depois desse episódio cabuloso, passei a ficar mais próxima ainda da Dafne. Conversávamos, conversávamos, ríamos... Sempre admirei a Dafne, em tudo, claro, quem não admira? Inteligente, dedicada, amorosa, carinhosa, justa, racional na medida certa, original, diferente e, é claro, cabeça dura. Não que isso seja ruim, talvez em algumas coisas sim, mas é muito bom pra não se deixar corromper, influenciar. Como ela mesma diz: se não fosse cabeça dura não seria a Dafne. Assim, imagine uma relação onde ideias e pensamentos são discutidos, comportamentos e pessoas avaliados e certezas sendo firmados. Tudo que eu fazia eu procurava e via se a Dafne se agradava. Ela passou a ser a minha julgadora pessoal. Afinal, ela é a pessoa mais justa e imparcial que eu conheço. Com aquela minha mentalidade fechada, de "não acredito em Deus, isso não existe e se céu existir eu vou estar lá porque não sou uma pessoa ruim", a Dafne, como uma boa discipuladora, se preocupava e tentava me limpar em relação a isso. Passei eu mesma a considerar essa possibilidade: sim, primeiro passo foi a curiosidade. Queria entender como as pessoas que acreditam viviam bem melhores do que as que não acreditam. Sim, você pode reparar que todos os ateus tem uma vida medíocre, está quase sempre pra baixo, geralmente não gosta de quem é ou do que faz, se gosta é porque é algo que valoriza, provavelmente, o seu pensamento, sua inteligência, ou não, dependendo do que a pessoa substitui em sua vida. Se anima com vícios - no meu caso era a comida, continua sendo até hoje, mas está bem menor - pode desenvolver um certo tipo de ira descontrolável ou tristeza. Mas tudo isso depende de como a pessoa é. Enfim, todos os ateus que eu conhecia e conheço são assim, tendem pro lado negro e, o pior de tudo, se CONFORMAM com isso. Conformam-se com a sua vida, com o seu agir, com seus erros, com tudo! Bom, eu estou aqui generalizando, toda generalização tem as suas exceções, você aí que é ateu pode não passar por nada disso, mas uma coisa é certa: não importa o que você faça, você vai SEMPRE se sentir incompleto, vazio. E aí, irmão, esse vazio é perigoso! Esse vazio ele acaba sendo "preenchido" ou pelo menos a tentativa disso. E como você aí não quer ser preenchido por Deus, acaba sendo preenchido, é claro, por coisas ruins. E aí você se pergunta: eu quero essas coisas ruins? Não, ninguém quer, mas como agir? Como proceder? Como saber o que são coisas ruins e boas? É, ao longo desse post e talvez desse blog, você que precisa disso, ou não, saberá das respostas ou pelo menos terá capacidade de desenvolvê-las.
Certo, depois do meu primeiro passo, a curiosidade, eu desenvolvia respostas e conclusões e as apresentava a Dafne que concordava. Então eu pensava "estou no caminho certo". Depois eu passei a pensar no amor. Sim, o amor era a ideia mais próxima de Deus na minha cabeça. Por quê?
Bem, pense no amor, somente no amor. É algo infinito, certo? Algo bom, perfeito em si. Por que alguns relacionamentos não dão certo? Porque envolve o amor + humano e o amor é perfeito, mas o ser humano não. Não vemos o amor, mas sentimos ele. Temos certeza quando é ele agindo em nós, nos sentimos mais animados e esperançosos. Quando esse amor é correspondido, irmão, nós pulamos! Se não fazemos isso, pelo menos o coração faz. Nós precisamos do amor, toda e qualquer pessoa já amou, é algo que nos "ronda", nos envolve, a alguns enlouquece... Então, eu pensei: se eu, Diana, acredito no amor e ele, na minha cabeça, sendo tão parecido com Deus, por que não posso acreditar nEle também?
Se você aí não acredita no amor, olha, você tem um problema sério. Só porque você sofreu desilusões, ou ainda não amou alguém de verdade, isso não significa que o amor não exista e o melhor: não significa que o amor não exista em VOCÊ. A sua família tem amor por você, não importa o que aconteça, eles sempre vão te amar. Se ainda assim você não acredita no amor, rapaz... Eu sugiro MESMO que você pare de pensar e sinta! Por que o amor existe em mim e não pode existir em você? Viemos do mesmo lugar, somos a mesma coisa, ele pode sim existir e pode se manifestar de várias formas, é só sentir.
Certo, depois da minha reflexão sobre o amor e sua ligação com Deus, até mesmo pela famosa frase "Deus é amor", eu passei a, digamos, me desbloquear sobre quando o assunto é Deus. Passei a entender melhor e a não criticar, e sim respeitar. A partir de uma reflexão eu consegui aceitar a ideia de Deus existir. Assim, eu parei pra pensar por que eu não acreditava antes. Quer dizer, com motivos físicos é muito fácil de explicar, mas havia mais alguma coisa: eu tinha que deixar de acreditar em alma, sim, eu realmente acreditei que eu não tinha uma alma. Se tudo fosse apenas terreno, seria assim, sem alma. Então, como explicar tudo o que acontece com a gente sem alma? Difícil. Impossível. Porque, mesmo que você tenha todas as explicações científicas, mesmo assim, você não vai conseguir se sentir melhor, não vai te ajudar em nada. Outro motivo foi quando eu assisti ao filme O Exorcismo de Emily Rose, onde dizia que a garota poderia escolher entre continuar possuída ou ir para o céu. Se ela escolhesse continuar possuída, assim ela mostraria às pessoas que o Diabo existia e assim elas acreditariam que Deus também existe. Bem, eu tomei isso pra minha vida, mas em vez de acreditar no filme, eu passei a pensar "se eu não acreditar em Deus então eu não posso acreditar no Diabo". Até então eu vivia com medo de coisas ruins, mas depois disso eu passei a não ter mais medo e assim achei que estava no caminho certo. Oh, ilusão! Pois é, depois eu aprendi que, como eu já estava no caminho errado, não era necessário que coisas ruins acontecessem pra eu me desviar cada vez mais, pelo contrário, era necessário que coisas supostamente boas acontecessem pra que eu me firmasse mais e mais nesse caminho. É assim que acontece, você acaba fazendo as suas coisas ruins e tendo ilusões também.
Então, lá estava a Diana, com bons pensamentos, mente desbloqueada, curiosa e sentindo que estava melhorando. Com mais e mais conversas, dúvidas, reflexões, ajudas com a Dafne, eu passei a pensar que aquilo realmente era viável e eu queria mesmo sentir o que todas as pessoas falam que sentem quando vão à igreja. Aí está outro ponto, em 2008 eu fui incentivada a experimentar de todas as sensações possíveis e ainda carrego isso comigo hoje, de forma saudável agora. Então eu queria experimentar esse tipo de sensação, de quando se está na igreja e tal. Por isso passei a querer frequentar a igreja da Dafne. Em busca de querer entender, digamos que eu era motivada à curiosidade mesmo.

Aguarde pela segunda parte, isso vai ficar enorme e a Dafne disse pra eu dividir porque ela adora dividir histórias, então é isso.

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