segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Suspiro

Nada acontece
Nada atinge
O ciclo se completa e recomeça
O desprezo aumenta
As palavras somem
E o sentido delas também....

domingo, 26 de setembro de 2010

Buraco negro

Para tentar me expressar vou até o fundo do meu sentimento, tentando sentí-lo o máximo que eu puder para poder entendê-lo e passá-lo a uma língua que todos entendam, mas, ah, como isso é difícil!

Imagine-se em um lugar escuro.
Vazio eu não sei se é, pois não existe luz para saber, mas a sensação é exatamente essa: de que não existe mais nada além de você.
E nada, nada pode te fazer sentir que esse vazio não existe...
Esse vazio, preenchido por inexistência, é um infinito de nada misturado com um som contínuo, sem modificações. Como se o grito de dor e o silêncio da não-ação estivessem ao mesmo nível.
Você sente que nada acontece, nada muda...
Sente que seu olhar está direcionado para um local tão distante, tão fundo que talvez ele nem exista...
Expressão vazia, quase que um robô melancólico.
Nada do que acontece faz sentido e tudo o que acontece não faz sentido, fazendo assim um sentido do não-sentir, que não há sentido algum.
Tudo o que há no externo não entra, seja por medo ou por retração.
Tudo o que entra é consumido pela escuridão e então não se sabe mais se está guardado ou se sumiu.
Não sei se sentir do todo ou o não-sentir é o nada ou o tudo.
Incógnita para quem vive, para quem vê, para quem ama e para quem se importa.
Um completo estado mórbido, onde vivo nada existe...
A sensação é de morte, mas enquanto há motivos para essa morte, ela não descansa, ela não faz o seu papel de morrer.
Os motivos, só que opostos, dessa morte também são os de vida, o que ainda assim não deixa de ser os próprios motivos de morte os que não te deixam morrer, que não te deixam desfalecer no completo vazio.
O vazio que se sente em uma multidão... tanta gente e ao mesmo tempo ninguém.
O vazio que se sente sozinho... onde você existe e ao mesmo tempo ninguém.
Vazio esse tão enorme, tão maior que você, que te engole, te sufoca, que sussurra em seu ouvido "Isso é difícil demais".
Vazio esse que não deveria ser meu e de mais nenhum outro.
Vazio que não se compartilha.
O único vazio que é tão cheio como nenhum outro recheio.
Vazio que se sente em meio ao desespero, como uma espécie de fuga.
Algo nem um pouco saudável, nem um pouco admirável.
O vazio errado, se é que existe um certo.
O vazio que mesmo sem sentí-lo ele permanece atrás de você, como sombra, toda hora pedindo para entrar.
Vazio que se abraça em momentos de medo, fraqueza e angústia, denunciando sua própria incapacidade.
Vazio que te puxa, que te destrói, mesmo estando tudo intacto.
Vazio que te mata todos os dias só por lembrar a você que ainda permanece vivo...

sábado, 18 de setembro de 2010

É TPM, Diana!

"Estou sentindo minhas forças indo embora
(...)
Vem. E me leva além."

O que há com ela? - todos se perguntam.
"Anima, anima" - todos falam.
Por que esse olhar vazio?
Bem, talvez seja a forma de expressar-se...
Expressar o quê?
"Por que estou assim, se sou verdadeiramente feliz?" - ela pensa.
Não, não é nada exterior, por isso ninguém precisa saber.
É algo interno, que só ela entende.
Algo único, mas não que não tenham passado por isso...
Na verdade, todos passam, todos já passaram e todos vão passar.
Normal.
Essa é a sua prova. A prova mais importante até agora.
Prova? Sei que ela deve passar, mas com que fim?
É o tipo de prova que se aprende depois que passa.
Esse é o momento. Ela só precisa escolher entre dizer "chega" agora e completar a prova, ou então ir até o fim, até o fundo.
E ela responde - escolho o que Deus quiser.


O que ele quer?
Não sinto a resposta, mas sinto o trabalho.
Trabalho?
Não sei como será o meu dia de amanhã e nem os outros dias.
Coisas novas e coisas antigas podem me atormentar.
Minha visão de futuro, passado e presente está embaçada.
Estou em uma neblina.
Essa é a sua prova?
Como saber?
Desculpa.
Mas... você não tem ninguém pra te ajudar?
Tenho sim.
Por que ele não ajuda?
Eu tenho que pedir.
Você já pediu?
Todos os dias. Agora, mais ainda.
Mas... que tipo de ajuda você quer?
...
Nossa! Está tão fora do mundo assim, menina? A ponto de não saber nem o que quer que aconteça?!
Posso tentar...Bem, internamente falando, desejo me entender.
Só isso?!
Calma.
Desculpa.
Desejo também... Não sei, desejo apenas o que Ele quer pra minha vida.
Você não quer nada pra sua vida?
Eu quero o que Ele quer.
E por que se sente incomodada com isso, se já escolheu o que quer? Não parece que realmente quer isso!
Não é isso! Eu quero! Só que, por não saber o que é, eu fico ansiosa e inquieta.
PODE PARAR! ESTÁ ERRADO! Se você diz que QUER o que Ele quer você não pode ter esses sentimentos! Não pode!
Eu sei. Engraçado... Antes, meus conflitos eram externos... Agora são totalmente internos e por isso não entendo.
Será que é só isso o que você sente?
Não sei, eu não sei... Internamente falando? Bem, eu sinto muitas outras coisas... Não sei, não parece que estou fazendo alguma coisa... Os dias estão passando muito rápido... Por mais que eu faça tudo, eu não vou estar fazendo nada. Parece que estou pairando sobre o mundo.
Isso é perigoso, menina!
Pois é...
Você acredita que Deus quer o melhor pra sua vida?
Sim.
Então deixa ele trabalhar!
Como posso impedir isso?
Com os seus medos!
....
Ansiedade, medos, tristezas, preocupações...
É, eu sei... Como posso não sentir tudo isso?
Substitua por coisas boas, assim quando você sentir algo ruim chegando... Como um teste.
Ok.
Não sei se isso vai ser o suficiente, mas se não for, converse com Ele. Sempre.
Sim, mais e mais.
E fique sempre alegre.
Tentarei. Sabe, quanto mais busco por forças, mas eu me sinto fraca.
Ah, então está aí o seu problema! Como eu temia, conflitos externos alterando SIM o seu interno.
Será? Ah... É...
Não se preocupe, não fique triste, apenas busque por Ele. Peça ajuda. Declare sua dependência, sua fraqueza, sua natureza humana. Peça por forças, peça por entendimento e não fique, jamais, ansiosa, com medos, preocupada e etc.


Mas, qual o tema dessa prova?
Ela não sabe.
Vai ser a última?
Ela não sabe, mas provavelmente não.
O que virá de ruim?
Não importa.
O que virá de bom?
O impossível.